Big Data e Ciência de Dados já chegaram ao mundo do esporte. O que você precisa saber?

O mundo do trabalho está em transformação acelerada e é comum lermos artigos que mencionam quais as profissões do futuro e as que morrerão em muito breve. Nesse sentido, uma das reflexões importantes é como a formação acadêmica e profissional podem contribuir com as atividades que as pessoas desenvolverão nos próximos anos. Em artigo anterior (colocar link) mencionei como essa quebra de paradigma afetou os colegas da minha geração e hoje retomo novamente esse assunto, mas com um foco maior no futuro.

Tenho me interessado pelo aprendizado do conceito de Experiência e Jornada de Clientes, bem como entender como modelos preditivos e de propensão de comercialização de produtos e de serviços potencializam a satisfação (ou não) de determinado público.  Acredite: este assunto tem muito a ver com o mundo do esporte. Fique comigo até o final que chegamos lá.

Num mundo com excesso de informação temos que nos preocupar com o que é mais relevante

A era da abundância em recursos tecnológicos de comunicação proporcionou um excesso de canais de informação que chegou até mesmo no mundo corporativo. Em muitas empresas, instituições e até maiores agremiações esportivas há um oceano de informações geradas por um turbilhão de aplicativos, regulamentos, sistemas, informativos, painéis de acompanhamento corporativos etc.  Nesses ambientes é preciso informação mais palatável e integradora e falta uma análise mais global apontando para caminhos, tendências e que gere aprendizado e gestão do conhecimento nas próprias empresas.  

Assim tão importante como a informação em si é também a forma como melhor apresentamos, quais soluções ela traz e quantas pessoas aquele conhecimento pode transformar. Aqui uma ressalva importante: não é necessário nem comentar o risco futuro que correm as empresas, entidades e agremiações que ainda teimam em gerenciar a sua comunicação de forma amadora, sem o mínimo de organização e priorização. Estão ainda num estágio abaixo e terão que correr muito quando essa nova realidade se consolidar de vez no mundo do esporte e trouxer receitas e uma nova relação com os fãs, por exemplo.

A era da Computação Quântica acelerará a quantidade de informação disponível

Estamos numa escala de acesso de informação quase tão grande como a capacidade de produção de armazenamento dos dispositivos, incluído aí o cérebro humano. Para se ter uma ideia do fluxo de informações e da quantidade de informações que é gerada hoje estamos na era do Zettabyte (unidade de medida que representa 1 bilhão de terabytes)  e as velocidades das máquinas não estão mais acompanhando a velocidade da geração de dados.

Em 2016 circulou mais dados na Rede do que toda a interação produzida na internet entre 1984 e 2012. Já estamos enfrentando limites de computação utilizando o silício como matéria prima, e nos próximos anos a indústria já utilizará o carbono como matéria prima e entraremos na Era da Computação Quântica, com dados circulando na velocidade da luz e no mundo atômico do infinitamente pequeno em que as coisas pesam nanogramas, rompendo com a física newtoniana e trazendo um outro paradigma de programação de altíssimo desempenho.  Desnecessário dizer a quão elevada será a capacidade das máquinas movidas à Inteligência artificial de detectar e entender padrões e influenciar as nossas vidas.

Conhecimentos exigidos, plasticidade profissional e valores: apontamentos para o futuro

Assim, entendo que quatro atributos profissionais para quem lida com informação, marketing e comunicação serão muito importantes e diferenciais para o profissional do futuro (ou presente): a capacidade analítica de resolver problemas complexos, por meio de uma análise global e mais aprofundada de um determinado tema ou problema de negócio; saber comunicar a gama de informações de forma simples e inteligível, com linguagem ajustada para os mais diversos níveis hierárquicos; compartilhar  e difundir a Cultura Analítica, deixando de lado uma abordagem meramente tecnológica e focando no entendimento dos problemas de negócio – e democratizando esse conhecimento; e buscar agir como um “curador” de conteúdo, selecionando, organizando, contextualizando e difundindo conteúdo mais relevante para o público.

Esse cenário exigirá uma espécie de “plasticidade profissional”, uma capacidade de estabelecer conexões de aprendizado, de carreira pessoal e de contextos econômicos e culturais variados. Finalmente, será fundamental a incorporação de valores e também uma ação mais voltada para que todo esse conhecimento resulte, realmente, na melhoria de condições de vida das pessoas, rompendo o ideal de uma ciência individualista.

Exemplos de como isso já chegou no mundo do esporte

De imediato você vai se lembrar da aplicação da Ciência de Dados no rendimento dos atletas e na competição esportiva propriamente dita, com a figura do analista de desempenho, que cruza e analisa todas as informações dos atletas e auxilia a comissão na montagem das equipes por exemplo. Muito em breve, uma nova inovação será capaz de identificar padrões gerais coletivos do grupo que auxiliarão um treinador a tomar decisões quanto à melhor forma de jogar da equipe em busca do melhor resultado. Essa realidade já existe fora do Brasil e para quem quiser se aprofundar mais basta assistir o filme “O Homem que virou o jogo”, que trata um pouco desse tema no mundo do Baisebol, nos EUA.

Mas como essas inovações chegam também ao mundo da gestão e do Marketing Esportivo. O Botafogo ocupa a XXX posição no campeonato brasileiro, longe do ideal para um clube do seu porte e tradição. Mas, curiosamente seu programa de Sócio Torcedor cresceu mais de 500% nos últimos doze meses, basicamente com um melhor atendimento e estruturação do setor, mas também com estratégias de análise da base cadastral disponível e implementação de ferramentas tecnológicas de Gestão de Relacionamento (CRM), para em seguida, serem desenvolvidas ações com os torcedores em parceria com o departamento de marketing.

Muito ainda pode ser feito nesse campo quando as agremiações esportivas, empresas da indústria do esporte e  gestores entenderem que a informação no mundo pode valer uma mina de ouro, se bem trabalhada e disponibilizada para tomada de decisões internas na gestão e subsídios para geração de relacionamento e receita com seus fãs/torcedores por meio aquisição de patrocínios, venda de produtos e geração de valor a esses parceiros.

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Podcast o Cientista do Esporte

Onde estudar sobre Ciência de Dados

Datascienceacademy

Formação em Cientista de Dados da FGV (presencial)

Curso a Distância para iniciantes (Udemy)

As ferramentas do Cientista de Dados (curso à distância pela Coursera)

Aprenda a manipular dados, conceitos de Big Data e de análise de dados (curso à distância pela Udacity)

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